O TRUCO é um jogo tão guasca
Como a Tava e as Chilenas.
Velhas cartas Sarrancenas
Quatro a quatro, do Ás ao Rei
Trucando assim me criei
De Mano, Quatro, Oito ou Seis
E até jogando de Três
Muito Carancho tosei.
Baralho e mando que cortem
Dando por baixo, uma a uma,
Cuidando se alguém se apruma
Pra ver senha de jeito.
É preciso muito peito
Pra não sair do recau
Olho esquerdo é o Ás de Pau
Ás de espada - olho direito.
Hay que ter muita malícia
Que TRUCO é jogo do diabo.
A senha do Sete Brabo
Que vem primeiro, é o de Espada,
Carta muito cobiçada
Tem uma importância louca:
Canto direito da boca
Mais ou menos repuchada.
Sete de Ouro, canto esquerdo,
Carta de muita valia.
Um pobre Três se arrepia
Quando o Belo cai no cocho.
Senha pra Dois é um muxoxo
Que desnorteia o mais sábio.
Pra Três, se morde o lábio
Quando o jogo corre flocho.
Quem joga bem, faz senha
Até de Güeime e de Rei.
Com Cavalo já ganhei
E a Sota as vezes escora.
No jogo hay sorte e caipora,
Conforme a volta nos topa.
Dei QUERO em cinco de copa
Sem botar partida fora...
Jayme Caetano Braun
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